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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O agrotóxico nosso de cada dia ...



O país é o que mais consome esses produtos no mundo: foram cerca de 1 bilhão de litros em 2009, segundo o Sindicato Nacional para Produtos de Defesa Agrícola. José Agenor Álvares, diretor da Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, fala dos prejuízos que esses produtos podem causar à saúde.

"Pode provocar tontura, pode provocar dor de cabeça. São consequências que a gente chama de neurotóxicas. São questões neurológicas, são questões mutagênicas, que você pode alterar alguns genes das pessoas."

Segundo os últimos dados da Fiocruz sobre o assunto, 115 pessoas morreram contaminadas com agrotóxicos agrícolas e quase 4 mil ficaram intoxicadas com o produto em 2009 no Brasil. Pesquisas da Anvisa também mostram contaminação acima da permitida por lei em alguns alimentos, como o pimentão. Um estudo divulgado no mês passado, mostrando que a contaminação por agrotóxicos vai além da alimentação, preocupou a deputada Célia Rocha, do PTB de Alagoas.

"Pesquisadora da Universidade Federal do Mato Grosso detectou em 62 mulheres, no leite materno, a presença de dois a seis tipos de agrotóxicos, inclusive um, entre eles, proibido no Brasil desde 1999. Então é assustador."

O representante da Secretaria Nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores, Valter Israel, lembrou que o Dia Mundial da Sáude marcou o lançamento de uma campanha permanente contra o uso de agrotóxicos.

"É possível produzir de maneira diferente. A nossa discussão não é a do agrotóxico genérico, que está rolando por aí, não é de como nós vamos organizar a produção com agrotóxico com baixo custo. Não. Como é que vamos organizar a produção sem agrotóxico."

Já o representante da Confederação Nacional da Agricultura, Aléssio Maróstica, diz que é impossível produzir alimentos para os brasileiros e para exportação sem usar esses defensivos químicos.

"O que nós temos que modernizar é a aplicação, é o uso desses agroquímicos, agrotóxicos que nós temos aí. Sem eles, vai ser muito difícil nós termos alimentação para todos."

O debate desta quinta-feira foi o ponto de partida da Subcomissão Especial sobre Uso de Agrotóxicos e suas Consequências à Saúde. O presidente do grupo, deputado Padre João, do PT mineiro, fala dos aspectos que serão analisados nos próximos três meses.

"A relação com o próprio trabalhador, a relação também com o meio ambiente e a relação com o consumidor."

A ideia, segundo o deputado Padre João, é que no final do trabalho da subcomissão especial que analisa o uso de agrotóxicos seja divulgado um relatório que mostre quais pontos da lei e da ação do Estado devem ser melhorados na área.

De Brasília, Ginny Morais

quinta-feira, 7 de abril de 2011

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