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terça-feira, 9 de julho de 2013

[ESTUDO Glifosato] Causa Câncer de Mama em Níveis Inferiores aos Permitidos no Brasil



Estudos recentes mostram que o limite em água potável para o glifosato, o herbicida para transgênicos mais utilizado no Brasil, podem aumentar a chance de câncer de mama em até 1300%.

 O glifosato foi desenvolvido pela Monsanto, mas a patente expirou e agora várias empresas vendem os produtos com esse componente.

Como se já não houvesse inúmeros argumentos contra os transgênicos. Na semana passada um estudo revelou que o glifosato – o nome químico do herbicida Roundup – multiplica a proliferação de células de câncer de mama de 500% até 1300%… mesmo em exposições de apenas algumas partes por trilhão (ppt).

O estudo, publicado na Food and Chemical Toxicology, é intitulado “O glifosato induz crescimento de células de câncer de mama em humanos por meio de receptores de estrogênio“. 

Você pode ler o resumo do estudo aqui.

Há muito mais nesta história, mas no entanto para segui-la, você precisa entender os seguintes termos:
ppm = partes por milhão = 10 (-6) = número de partes em um milhão
ppb = partes por bilhão = 10 (-9), que é 1000 vezes menor do que ppm
ppt = partes por trilião = 10 (-12), que é 1000 vezes menor do que ppb e 1.000.000 de vezes menor do que ppm

A medida mg/L, ou miligramas por litro, pode ser equivalente ao ppm em se tratando de água.
O estudo constatou que a proliferação das células do câncer de mama é acelerada pelo glifosato em concentrações extremamente baixas: de ppt para ppb. O maior efeito foi observado no intervalo de ppb, incluindo ppb de um dígito, como um ppb (1000 vezes menor que 1 ppm).

Esta notícia, por si só, enviou ondas de choque através da net todo fim de semana. As mulheres estavam perguntando coisas como: “Você quer me dizer que os resíduos de glifosato em lavouras nas concentrações de apenas alguns ppt ou ppb pode me dar câncer de mama?” Não é exatamente traduzido assim. Depende de quanto você come versus sua massa corporal (nanogramas de glifosato por quilo de peso corporal). Mas com ridiculamente pequenas quantidades deste produto químico sendo correlacionada com a proliferação de células de câncer, você não tem que comer muito para colocar-se em risco.

Mas não é apenas comer glifosato que é o problema. Você também está bebendo ele!

Glifosato na água potável dos brasileiros

No Brasil, o limite de glifosato para água potável (definido pela PORTARIA Nº 518/GM de 25/03/2004) é de 500 µg/L, 0,5 mg/L ou 0,5 ppb (partes por bilhão). Isto quer dizer, baseado no estudo acima citado, que o limite máximo de glifosato no Brasil é o suficiente para causar a proliferação das células do câncer de mama!

Estou fazendo o orçamento para fazer a análise de algumas amostras de água potável e pretendo em breve divulgar aqui. Vou aproveitar a chance e fazer uma análise quanto ao nível de flúor.

PL 4412/2012 – Reavaliação do Glifosato, possível banimento em breve

Artigo abaixo foi retirado do site Diário Popular-RS:

Ingrediente ativo dos principais herbicidas utilizados no controle de ervas daninhas nas lavouras, o glifosato entra na mira da Câmara dos Deputados, em Brasília. Se aprovado um projeto de lei do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), a substância será avaliada durante 180 dias e poderá ter, inclusive, a comercialização cancelada após a conclusão do estudo.

Para que o projeto de lei 4.412/12 entre em vigor falta apenas a votação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). A proposta original já teve parecer favorável do relator Pedro Uczai (PT-SC). O projeto prevê que os produtos que tenham o glifosato como ingrediente ativo sejam reavaliados em até 180 dias após a publicação da nova lei. Durante a análise dos possíveis danos causados pela substância, os produtos serão reclassificados como extremamente tóxicos ou altamente perigosos, com consequentes restrições de uso.

Caso a reavaliação não se conclua dentro do prazo de 180 dias, os registros existentes poderão ser suspensos e a comercialização do agrotóxico proibida. Se a reavaliação apontar danos ao solo e à saúde dos agricultores, há até mesmo o risco de suspensão efetiva das licenças de produção e comercialização dos agrotóxicos.

A Carcinogenicidade do Glifosato foi documentada anos antes

A autoridades já estava ignorando deliberadamente o crescente conjunto de evidências científicas que documentam a toxicidade do glifosato. Por exemplo, um estudo publicado em 1995 – no Journal of Pesticide Reform (Volume 15, Número 3, Fall 1995), escrito por Caroline Cox concluiu:

Produtos à base de glyphosate são altamente tóxicos para os animais, incluindo os seres humanos. 
… Em estudos com animais, alimentando-se de glifosato por três meses causou redução no ganho de peso, diarréia e lesões de glândulas salivares. Alimentação pela vida inteira com glifosato causou excesso de crescimento e morte das células do fígado, catarata e degeneração lentes oculares, além de aumento na freqüência de tumores na tireóide, pâncreas e no fígado.
Produtos à base de glyfosato causaram danos genéticos em células sanguíneas humanas … contagem reduzida de espermatozóides em ratos machos… um aumento na perda fetal …
Em outras palavras, os vários governos que estabeleceram o alto limite do glifosato sabiam – ou deveriam saber – que o glifosato é prejudicial aos seres humanos. Mas o governo brasileiro, assim como americano (que mantém o limite em 700 ppb, ainda mais alto que no Brasil) deliberadamente ignorou esta prova, permitindo assim que mil vezes os níveis mais elevados de glifosato em água potável do que sabemos agora que é o suficiente para causar a proliferação de células cancerígenas.

O texto abaixo é um trecho do Journal of Pesticide Reform de 1998, também de Caroline Cox, traduzido por Nicoleta T.N. Sabetzki:
Carcinogenicidade: Todos os estudos disponíveis sobre a capacidade do glyphosate provocar o cancer foram conduzidos pelo fabricante deste produto2. O primeiro estudo sobre a carcinogenicidade submetido ao EPA (1981) detectou aumento no índice de tumores testiculares em ratos machos e na incidência de cancer de tiróide em fêmeas, sob as dosagens mais elevadas. Ambos os resultados ocorreram sob a dosagem mais alta (30 mg/kg de peso por dia)75,76. O segundo estudo (1983) detectou uma crescente tendência na frequência de tumores raros no rim em camundongos machos77. Já o estudo mais recente (1990) demonstrou maior incidência de tumores no pâncreas e fígado em ratos machos e do mesmo tipo de cancer da tiróide em fêmeas, detectado em 1983.78. De acordo com o EPA, todos estes aumentos na incidência de tumores ou de cancer ”não podem ser associados ao composto”. (Isto significa que EPA não responsabilizou o glyphosate pela ocorrência dos tumores). No caso dos tumores de testículo, o EPA acatou a interpretação do patologista da indústria que afirmou que a incidência de cancer nos grupos tratados (12%) foi similar à incidência observada (4.5%) nos ratos não tratados com glyphosate. 78 Com relação ao cancer de tiróide, o EPA atestou ser impossível distinguir entre cancer e tumor da tireóide, de modo que os dois deveriam ser considerados juntos. Todavia, a combinação dos dados não é estatisticamente significante 76. No caso dos tumores de rim, o fabricante re-examinou o tecido e descobriu tumor adicional nos camundongos não-tratados, anulando a significância estatística. Isto apesar do laudo do patologista do EPA afirmando que a lesão em questão não era realmente tumor77 . Quanto aos tumores pancreáticos, o EPA declarou que não estavam relacionados às dosagens. Com referência aos tumores de fígado e tiróide, o EPA afirmou que as comparações entre animais tratados e não-tratados não foram estatisticamente significantes78 O EPA concluiu que o glyphosate deve ser classificado como Grupo E, “evidência de não- carcinogenicidade para pessoas”78 , mas que esta classificação “não deve ser interpretada como definitiva”78 Os testes de cancer deixaram muitas perguntas sem respostas. Com relação a um dos estudos sobre carcinogenicidade, um estatístico do EPA afirmou: “O ponto de vista é aspecto crítico. O nosso ponto de vista visa proteger a saúde pública quando se trata de dados suspeitos.”79 Já infelizmente o EPA não adotou o mesmo ponto de vista quando avaliou a carcinogenicidade do glyphosate. … Efeitos reprodutivos A exposição ao glyphosate foi associada a problemas reprodutivos nos seres humanos. Um estudo em Ontario, Canadá, detectou que o uso de glyphosate pelos pais acarretou aumento no número de abortos e nascimentos prematuros nas famílias rurais.87(ver Figura 5). Além disso, um relatório da Universidade da Califórnia discutiu o caso de uma atleta que apresentava redução dos intervalos menstruais sempre que competia em raias tratadas com glyphosate88. Estudos laboratoriais também demonstraram inúmeros efeitos do glyphosate sobre a reprodução. Em ratos, o glyphosate reduziu a população espermática sob as duas concentrações maiores utilizadas (ver Figura 5). Em coelhos, o glyphosate, em concentrações de 1/10 e 1/100 de LD50 , aumentou a incidência de espermatozóides anormais e mortos. 89 Nas coelhas.
o glyphosate provocou uma redução do peso fetal em todos os grupos tratados. 90.

Existem muitos outros estudos e artigos sobre o tema, mas gostaria de apresentar um trecho deste outro artigo:

Doença renal misteriosa da américa central pode estar ligada a agrotóxicos

Uma doença renal misteriosa que atinge camponeses em El Salvador e outros países da América Central mobiliza os ministérios de saúde da região. No dia 27 de abril, foi assinada em El Salvador uma declaração conjunta qualificando o combate da doença como de alta prioridade para a saúde pública e definindo uma série de ações nesse sentido… “Essa é uma doença de pessoas pobres”, diz Rodriguez. “Uma doença de pessoas que trabalham nos campos e tem condições de vida muito ruins”…. Dois produtos químicos, em particular, entraram na mira dos pesquisadores tanto em El Salvador quanto no Sri Lanka, o 2,4-D e o glifosato. 2,4-D é um herbicida comum usado para controlar ervas e o glifosato é o ingrediente ativo do herbicida mais popular do mundo, o Roundup. Ambos são usados no mundo inteiro, inclusive em inúmeras áreas não afetadas por essa forma estranha de doença renal crônica… Os testes com pacientes em El Salvador, na Ciudad Romero — a comunidade contaminada por metais pesados — revelou que 100% e 75% dos pacientes, respectivamente, relataram usar 2,4D e glifosato. No Sri Lanka, resíduos de ambos os produtos foram encontrados em amostras de urina de alguns pacientes doentes.

O glifosato é o novo DDT

Baseado no que estamos vendo agora, acredito que o glifosato é o produto químico mais tóxico que já foi amplamente implantado em toda a nossa cadeia alimentar. O glifosato é o novo DDT, e está contaminando nossas águas, solos, alimentos e corpos.
Fontes:



Para aprofundar:

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