Seguidores

sábado, 30 de novembro de 2013

Proibidos, falsificados e perigosos


Fonte: Zero Hora
Caio Cigana

caio.cigana@zerohora.com.br 

Reportagem  ganhadora do prêmio  Embratel/Claro 2014 



venda descontrolada de agrotóxicos ganhou na internet um novo canal para driblar a lei, dificultando a fiscalização e ampliando o risco à saúde de consumidores e agricultores. A novidade agrava um cenário em que uso exagerado dos químicos na lavoura - o consumo cresceu muito acima da área plantada -, contaminação da água e dificuldade de identificar eventuais excessos de veneno nos alimentos que chegam à mesa se combinam para elevar o perigo escondido nos alimentos.


Uso de agrotóxicos no Rio Grande do Sul chega a quase o dobro da média nacional

Desde 2008, o Brasil é o pais que mais usa agrotóxico no planeta, chegando em 2009, a marca de mais um bilhão de litros de agrotóxicos aplicados, dando o equivalente a uma consumo médio de 5,2 Kg de agrotóxico por habitantes (LONDRES, 2011), mas se olharmos mais especificamente para o Mato Grosso, o estado consome 150 milhões de litros de agrotóxicos por ano, dando o equivalente a 50 litros por habitante (Osava, 2011) e se aproximarmos ainda mais os dados, a cidade de Lucas de Rio Verde – MT, a exposição média anual de agrotóxicos por morador, chega a 136 litros por habitante - conforme notícia veiculado no portal VIOMUNDO (Azenha 2001).


A notícia abaixo faz parte de um especial sobre o tema, publicado com o título - Proibidos, falsificados e perigosos, pelo Jornal Zero Hora.


Aplicação na lavoura equivale a 8,3 litros de veneno por ano para cada gaúcho

O excesso e o descontrole no uso de agrotóxicos geram consequências que ultrapassam os limites do campo e ameaçam a qualidade da água, inclusive a distribuída à população urbana. Com um estudo que mapeou o uso de defensivos por bacia hidrográfica do Rio Grande do Sul, o Estado terá a partir do próximo ano uma portaria própria que ampliará a lista de princípios ativos de defensivos analisados pelas companhias de abastecimento.
Uso de agrotóxicos no Rio Grande do Sul chega a quase o dobro da média nacional Ricardo Duarte/Agencia RBS
Na safra 2009/2010 foram usados 85 milhões de litros de agrotóxicos no EstadoFoto: Ricardo Duarte / Agencia RBS
Coordenado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde, o trabalho fez projeções com base em informações coletadas sobre a safra 2009/2010 e indicou o uso de 85 milhões de litros de agrotóxicos no Estado, o equivalente a 34 piscinas olímpicas cheias de veneno agrícola. É como se cada gaúcho, à época, utilizasse 8,3 litros de veneno a cada ano, no período analisado. O volume per capito gaúcho é bem superior ao nacional. Um estudo da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) mostra que, em 2011, a média do país foi de 4,5 litros por habitante.

Leia também:


Premiado na Mostra Nacional de Experiências Bem Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoapi), organizada pelo Ministério da Saúde, o estudo identificou as regiões que mais aplicam defensivos. Sem surpresa, o mapa aponta o noroeste do Estado, principal região produtora de grãos, com os maiores volumes por quilômetro quadrado. O quadro mais grave ocorre na Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí, com relação entre volume e área de 919 litros por quilômetro quadrado e consumo equivalente a 33,2 litros por habitante na safra 2009/2010.

Até 33,2 litros por habitante

Como o trabalho, também será montado um ranking dos agrotóxicos considerados mais críticos para cada região, e haverá a possibilidade de complementar a lista de produtos analisados pelas companhias de abastecimento no momento de avaliar a água tratada distribuída à população em cada uma das bacias do Estado. Dos 10 agrotóxicos considerados mais críticos para o Rio Grande do Sul, por exemplo, apenas três fazem parte da relação de produtos verificados hoje pelas empresas, conforme a Portaria 2.914/11, do Ministério da Saúde. A norma ministerial, hoje, relaciona apenas 27 químicos aplicados na agricultura.

– Em março do próximo ano, teremos uma portaria estadual que vai incluir os parâmetros (princípios ativos) mais críticos para cada uma das bacias hidrográficas do Estado e que passarão a também serem analisados pelas companhias de água – explica o chefe da Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde do Estado, Salzano Barreto.

Publicado em 2011 com informações coletadas no ano anterior, o Atlas do Saneamento do IBGE também dá pistas quanto à contaminação pela aplicação desenfreada de veneno agrícola, poluindo mananciais utilizados para captar água destinada à população. No Rio Grande do Sul, 37 municípios relataram a presença de agrotóxicos nos pontos de captação – mesmo que depois, tratado, o líquido ganhasse potabilidade.

Lançado documentário: PONTAL DO BURITI - brincando na chuva de veneno



A chuva de agrotóxicos em uma escola de Goiás virou documentário, que já pode ser visto na internet.

O filme/Documentário se chama PONTAL DO BURITI - brincando na chuva de veneno, e foi dirigido por Dagmar Talga.

Em 3 de maio de 2013, a partir das 9 horas da manhã, uma aeronave da empresa Aerotex Aviação Agrícola Ltda., sobrevoou a Escola Municipal Rural São José do Pontal, localizada na área rural do município de Rio Verde/GO, "pulverizando", com o veneno Engeo Pleno da Syngenta, aproximadamente 100 pessoas, entre elas crianças, adolescentes e adultos, que estava na área externa do prédio em horário de recreio.

Algumas crianças e adolescentes, "encantados" com a proximidade que passava o avião, receberam elevadas "doses" de agrotóxico. Este não é um caso isolado. Esta é a realidade do agronegócio no Brasil.

Fonte:
http://www.contraosagrotoxicos.org/index.php/noticias/campanha/359-lancado-documentario-pontal-do-buriti-brincando-na-chuva-de-veneno

Governo quer desmanchar legislação de agrotóxicos



Notícia divulgada pelo jornal Valor Econômico em 21/11 diz que, “Sob forte pressão do setor produtivo, o governo decidiu que vai rever o rito de aprovação de defensivos [agrotóxicos] no país” (grifo nosso). Segundo o jornal, a Casa Civil está preparando uma medida provisória, a ser publicada até o final deste ano, prevendo a criação de uma comissão técnica que passaria a ser responsável pela análise e pelo registro de novos agrotóxicos.

Segundo o Valor, duas propostas foram apresentadas ao governo reivindicando a medida: uma encaminhada pelas empresas do setor, que sugere a criação da CTNAgro, subordinada à Casa Civil e com 13 membros, e outra encaminhada pela bancada ruralista no Congresso Nacional, que sugere a criação da CTNFito, composta por 16 membros, e que teria até 90 dias da data da entrega do processo pelas empresas para se posicionar em relação à aprovação ou não do registro.

Atualmente, o processo de registro de um novo agrotóxico no Brasil envolve, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Cada órgão faz sua análise sob o enfoque da sua área de competência: o MAPA avalia a eficácia agronômica do produto, a Anvisa avalia os riscos para a saúde da população e o Ibama avalia os riscos para o meio ambiente. Quando nenhum dos três órgãos encontra evidências de que o produto seja ineficaz ou apresente riscos para a saúde ou o meio ambiente, ou quando não existe no mercado nenhum produto similar que seja menos tóxico, ele é encaminhado para o registro.

Conforme a proposta, a nova comissão decidiria sozinha pela autorização ou não do registro, suprimindo as competências dos órgãos de saúde e meio ambiente.

A comissão que se pretende criar é inspirada na CTNBio – Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, instituída pela Lei 11.105/2005, e que confiscou as atribuições da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) de avaliação de riscos e de decisão sobre o registro de produtos transgênicos no país.

Na CTNBio, que tem 27 membros e cuja composição é viciada com maioria de técnicos ligados à área do desenvolvimento de transgênicos e não da biossegurança, as decisões são tomadas por voto, e por maioria simples. Como resultado, riscos à saúde e ao meio ambiente têm sido desconsiderados, na situação de “voto vencido”.

O resultado da criação desse tipo de instância de decisão é que até hoje NENHUM pedido de liberação comercial de produto transgênico foi rejeitado, apesar da existência – e da apresentação na Comissão – de sérias evidências de riscos. A despeito dos protestos de uma minoria de membros comprometidos com a segurança da população, algumas análises para avaliação de efeitos à saúde e ao meio ambiente sequer têm sido exigidas, em descumprimento às próprias normas internas da CTNBio. Mais ainda, as já insuficientes normas de avaliação têm sido flexibilizadas – o exemplo mais recente são as mudanças no monitoramento pós-liberação comercial.

É preciso lembrar que o expressivo aumento das lavouras transgênicas no Brasil ao longo dos últimos dez anos, em sua maioria desenvolvidas para tolerar a aplicação de herbicidas, foi um dos grandes responsáveis por levar o Brasil a ocupar, desde 2008, a primeira posição no ranking mundial de consumo de agrotóxicos (pois, ao contrário do que diz a propaganda, as lavouras transgênicas tendem a consumir mais – e não menos – agrotóxicos que as lavouras convencionais).
Atualmente, além e ser o campeão mundial no uso de venenos, o Brasil importa e permite a aplicação de produtos proibidos em outros países. Nossas estruturas de fiscalização não são eficientes e tanto consumidores como, especialmente, trabalhadores rurais são expostos a produtos ligados ao desenvolvimento de câncer, teratogênese, desregulação endócrina, entre muitos outros males.


Agricultura orgânica e produção integrada: diferenças e semelhanças



A produção integrada, deveria ser uma obrigação a ser seguida, para minimizar os impactos da agricultura convencional e a agricultura orgânica, necessita-se cada vez mais de incentivo e investimento, tanto em extensão e pesquisa para deixar de ser marginalizada e ter real condições para contribuir, para uma agricultura, verdadeiramente sustentável.

Link para download direto: http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/handle/doc/628874

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Embrapa lança cultivar de uva de mesa resistente ao míldio




A viticultura, especialmente em regiões tropicais, é altamente dependente do uso de agrotóxicos.Em trabalho realizado por Costa (2010), sobre a caracterização dos produtores e do sistema de produção de uvas na regional de Jales – SP, verificou-se, que os números de pulverizações realizadas na cultura da videira pelos produtores pesquisados, chegam até 200 ao ano, ficando a maioria na faixa de 101 a 150 pulverizações.

Ao analisar, os dados apresentado no trabalho, uma propriedade que cultiva a variedade “BRS Morena” e a outra propriedade que cultiva a 'Benitaka', foram feitas 79 pulverizações e o consumo de agrotóxico por hectare/ano foi de 138 kg e 150 kg respectivamente.

Se consideramos , que a maiorias das propriedades, ficam na faixa de 101 a 150 pulverizações e tem uma parcela, em torno de 18% , ficam na faixa de 150 a 200 pulverizações, a concentração de agrotóxico por hectare pode chegar até 280 kg/hectare/ano ou mais.

Em torno de 70% das pulverizações, são realizadas, para o controle do Míldio (principal doença da videira) e a Embrapa Uva e Vinho, tem várias  ações de pesquisas em andamento, visando minimizar esse problema.

A boa notícia é o lançamento da Uva BRS ISIS, resistente ao míldio, conforme podemos ver na notícia abaixo.

Recentemente foi lançada também pela Embrapa, a variedade de uva BRS Vitória, com tolerância ao Míldio

Parabéns a Embrapa, por mais esse lançamento e contribuição para uma viticultura mais sustentável.

Segue a notícia, retirada  do site da EMBRAPA

A Embrapa lançou na terça-feira, 26, a cultivar BRS Isis, uva de mesa vermelha, sem sementes e resistente ao míldio, a mais danosa doença da videira em condições tropicais brasileiras. O lançamento acontece em evento com início às 18h30, no auditório da biblioteca do campus Petrolina da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina (PE). Na quarta-feira, 27, pela manhã, produtores, técnicos e demais interessados terão a oportunidade de verificar o comportamento da variedade em campo, na Fazenda Brasiluvas – Labrunier, Grupo JD, em Curaçá (BA).

A resistência da BRS Isis ao míldio pode significar uma redução no número de aplicações de fungicidas tradicionalmente adotado para uvas finas de mesa, ou seja, a cultivar se enquadra na perspectiva de promoção da agro sustentabilidade – conceito dentre os prioritários para o Programa de Melhoramento Genético de Uva da Embrapa, no qual a nova variedade foi desenvolvida. Segundo a pesquisadora da Embrapa Uva e Vinho (Bonto Gonçalves, RS) Patricia Ritschel, uma das coordenadoras do Programa de Melhoramento, a resistência da BRS Isis foi registrada em diversos experimentos. Em avaliações de campo, realizadas em 2008, na Estação Experimental de Viticultura Tropical (EVT) da Embrapa Uva e Vinho, em Jales (SP), sob condições de temperatura e umidade favoráveis à ocorrência da doença, a nova cultivar recebeu nota como altamente resistente. O mesmo sucedeu-se em teste realizado em casas de vegetação, também em ambiente propício à disseminação de míldio, de maio a junho deste ano, durante 57 dias de avaliação.

Outro atributo da BRS Isis é o tamanho grande de baga (18,5 milímetros de diâmetro por 28,5 milímetros de comprimento), “acima do mínimo exigido pelo mercado internacional”, assinala Patricia. Ela destaca que esse tamanho é obtido naturalmente, dispensando o uso de giberelina, um hormônio de crescimento – ou seja, também aqui a nova variedade alinha-se à perspectiva de agro sustentabilidade.

A nova variedade também é extremamente produtiva, ressalta a pesquisadora. No Vale do São Francisco, no Nordeste do Brasil, a BRS Isis alcançou produtividade de 26 toneladas por hectare por safra, em quatro colheitas sucessivas. Isso se traduz em uma produção de 52 toneladas por hectare anuais, diante da possibilidade de se fazer, na região, duas safras da cultivar por ano. “E com um nível de doçura bastante bom – de 16º a 21º brix – e textura crocante”, acrescenta Patricia.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Deputados querem liberar “sementes suicidas”




Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados do Brasil: Diga não aos exterminadores de sementes!

Contra o Projeto de Lei 268/2007 no Brasil



Na semana em que comemoramos o Dia Mundial da Alimentação, um fato extremamente grave ameaça a soberania e a segurança alimentar e nutricional em nosso país. Trata-se do Projeto de Lei (PL) n° 268/2007 de autoria do Deputado Eduardo Sciarra – PSD/PR.

Se aprovado, permitirá a produção e comercialização de sementes transgênicas suicidas, ou seja, sementes conhecidas como TERMINATOR, que após a colheita não voltam a germinar, obrigando os agricultores a comprar sementes a cada safra. Essas sementes ainda possuem alto risco de tornar também estéreis as que estejam sendo cultivadas em propriedades próximas.

O projeto está em trâmite na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJC) na Câmara. Ele já foi aprovado na Comissão de Agricultura, mas recebeu voto contrário da Comissão do Meio Ambiente.

É MUITO IMPORTANTE que toda a sociedade se manifeste junto aos Deputados que compõem a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre os gravíssimos riscos da perda de biodiveridade do país e da insegurança alimentar que esse projeto ameaça trazer, pedindo, portanto a sua REJEIÇÃO.



domingo, 24 de novembro de 2013

Contra elevação dos custos de transgênicos, mais transgênicos



A escalada dos custos de cultivo de soja transgênica provocada pela crescente resistência de ervas daninhas ao herbicida glifosato deverá ser combatida pela indústria global de sementes com mais transgênicos. Essa é uma das conclusões de um relatório do banco de origem holandesa Rabobank.

"A menor eficiência das tecnologias de transgênicos disponíveis é um grande risco para a indústria de sementes, mas também para a agricultura em geral. A proposta de solução para o problema da resistência é frequentemente baseada na adoção de novos transgênicos", aponta o relatório, assinado pelo analista Jefferson Carvalho.

Conforme o Rabobank, a combinação entre a elevação dos custos de aquisição das sementes transgênicas e a maior resistência de ervas daninhas ao glifosato e a outros herbicidas fez ressurgir o debate sobre a adoção de sementes convencionais.

Num estudo recente, relata o banco holandês, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostrou que os custos de produção da soja convencional e da transgênica em Mato Grosso, principal produtor da oleaginosa no país, são "similares". Não bastasse isso, a venda de soja convencional embute um prêmio, que atualmente é de cerca de R$ 6 por saca. Diante desse número, não é absurdo que o debate em torno do plantio convencional versus transgênico tenha voltado.

Apesar disso, o caminho não será uma volta ao cultivo não transgênico em massa . Muito pelo contrário. "Os produtores indicam menor disponibilidade de sementes convencionais na comparação com sementes transgênicas", diz o estudo. Além disso, os investimentos da indústria no desenvolvimento de variedades tradicionais são menores do que os aportes feitos para desenvolver o cultivo de sementes transgênicas.

É nesse contexto que empresas como Monsanto e Dow AgroSciences vêm desenvolvendo sementes transgênicas resistentes a outras moléculas que não apenas o herbicida glifosato. Entre essas novas sementes estão as resistentes aos herbicidas 2,4-D e dicamba.

Mas essa não é a única frente da indústria de sementes. "Os projetos para o próximos três a cinco anos são promissores", aponta o estudo do Rabobank. Entre esses projetos estão o desenvolvimento de sementes transgênicas resistentes à seca e a nematoides, além de variedades com melhor absorção de nitrogênio. Em outra frente, a indústria trabalha no desenvolvimento de sementes com propriedades nutricionais, os chamados alimentos nutracêuticos.

Fonte: UOL Economia


Homeopatia para controle de endoparasitas em caprinos e ovinos

Homeopatia na Ovinocultura
O controle natural de parasitas através da homeopatia é uma ferramenta importante para manejo sanitário de caprinos e ovinos. Os estudos sobre o uso da homeopatia nos animais, no Brasil, foram iniciados há cerca de 60 anos e os resultados têm sido muitos bons em grande parte dos Estados da Federação onde estão sendo usados. Na Bahia, a EBDA não só tem realizado estudos, como tem treinado produtores no uso deste instrumento de manejo sanitário das várias espécies animais, como bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos, suínos e aves, entre outros, nos últimos 10 anos.

As verminoses de caprinos e ovinos são causadas por helmintos, compreendendo várias espécies, dentre essas, destaca-se o Haemonchus contortus que se aloja na mucosa do abomaso, sendo um parasita hematófago, causando uma forte anemia. A sua multiplicação é muito rápida e intensa e uma fêmea adulta pode ter uma postura de 5 a 10.000 ovos por dia. Os animais afetados podem ter uma perda de peso de 30 a 40%. Os principais sinais clínicos são falta de apetite, redução do consumo voluntário de forragem, diminuição da digestibilidade e forte anemia. Na fase crônica da doença, o sinal mais característico é o edema sub-mandibular (papeira), devido à forte perda de proteína e albumina.

O tratamento tradicional, feito à base de anti-helmínticos, está fadado ao insucesso devido ao declínio de atividade das bases químicas, na sua maioria desenvolvidas nas décadas de 60 e 80. Os que existem no mercado estão com resistência e, conseqüentemente pouca eficácia, desde quando os parasitas foram se adaptando geneticamente às mesmas.

A homeopatia não tem apenas efeitos curativos; ela é um excelente meio preventivo que possibilita melhor desempenho produtivo e reprodutivo dos animais.

Os resultados obtidos permitem afirmar que a homeopatia, como meio natural de tratamento, tem um papel importantíssimo a desempenhar na saúde animal, sendo eficaz no controle de verminoses em caprinos e ovinos, sem efeitos colaterais. Além disso, não contamina o meio ambiente, nem o ser humano, sendo portanto, uma tecnologia ecologicamente correta que permite a produção de carne e leite sem resíduos químicos, proporcionando ao produtor rural diminuição nos custos com medicamentos e não se observando, até ao momento o desenvolvimento de resistência dos parasitas.

O controle parasitário exige sempre medidas adicionais de manejo nutricional adequadas, boa higiene das instalações, e rotação de pastagens. A alternância de pastejo com outras espécies ajuda na limpeza dos pastos, reduzindo a contaminação dos caprinos e ovinos.


Arquivo para dowload




Veja também:


Leite de Vaca Cru para o Controle de Oídio



Uma solução de 5% de leite cru de vaca e 95% de água já pode ser utilizada para controlar o oídio – doença que ataca diversas culturas, causando a morte das plantas e prejuízos aos agricultores. Esse método foi desenvolvido na Embrapa Meio Ambiente e testado em pepino e abobrinha, com controle de praticamente 100% da doença. O oídio é causado por um fungo chamado Sphaerotheca fugilinea, que se parece com um pó branco nas folhas de variadas culturas. Os fungicidas químicos indicados para o combate ao oídio são caros, cerca de R$ 135 o litro, enquanto o leite cru custa R$ 0,35 o litro. Além disso, a solução é totalmente inócua ao meio ambiente, não causando nenhum impacto ambiental, o que não se pode dizer o mesmo dos fungicidas utilizados para o controle da doença.

A alternativa foi eficaz após testar várias dosagens. Para uma solução de 100 litros, por exemplo, são necessários 95 litros de água e 5 litros de leite. O novo método já vem sendo testado também em campo, pois muitos chacareiros que plantam hortaliças e legumes no chamado cinturão verde da Grande São Paulo estão usando a solução de leite cru para controlar o oídio.
O produto vem sendo testado em outras variedades de plantas cultivadas, já que o oídio ocorre também em culturas importantes, como feijão, soja e trigo.

Fonte: Embrapa Meio Ambiente

Embrapa já tem alimentos transgênicos liberados

Repórter Brasil

Na última matéria do especial #TransgênicosNoBrasil, conheça o feijão geneticamente modificado da estatal Embrapa. Para a empresa, a planta pode garantir segurança alimentar, mas agricultores familiares alertam que sementes crioulas podem ser prejudicadas

Desenvolver tecnologia nacional para a produção de plantas transgênicas, de modo a reduzir a dependência que os produtores brasileiros têm hoje das empresas transnacionais que controlam sementes e patentes, e buscar a inovação tecnológica em transgenia que não esteja voltada exclusivamente para o aumento da produtividade e a geração de lucros, criando plantas e alimentos modificados voltados ao bem-estar da população. Esse é o objetivo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), segundo o próprio órgão.

Subordinada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a Embrapa desenvolve atualmente pesquisas e projetos sobre transgênicos de produtos como algodão, soja, milho, cana-de-açúcar, tomate, mamão e hortaliças, além de estudar novas tecnologias que podem dentro de alguns anos surtir um impacto positivo na redução dos riscos relativos ao consumo de alimentos geneticamente modificados.

Foto: Na última matéria do especial #TransgênicosNoBrasil, conheça o feijão geneticamente modificado da estatal Embrapa. Para a empresa, a planta pode garantir segurança alimentar, mas agricultores familiares alertam que sementes crioulas podem ser prejudicadas

http://reporterbrasil.org.br/2013/11/embrapa-ja-tem-alimentos-transgenicos-liberados/
Mas tais pesquisas sofrem críticas de pequenos agricultores brasileiros, especialmente os articulados em torno da Articulação do Semi-Árido Brasileiro (ASA), rede que atua na gestão e no desenvolvimento de políticas de convivência com a região semiárida do Nordeste brasileiro. Para eles, os estudos podem comprometer seriamente a variedade genética das sementes crioulas desenvolvidas pela agricultura familiar.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Empresas ainda lutam para evitar a rotulagem de transgênicos no Brasil

Especial #TransgênicosNoBrasil: Produtos contendo organismos geneticamente modificados são vendidos em todo o país sem qualquer identificação ou controle suficiente por parte dos órgãos de fiscalização. Confira na sétima reportagem da série.

É apenas uma letra “T” pintada em preto sobre um pequeno triangulo amarelo fixado nas embalagens, mas as empresas que comercializam produtos que contêm ingredientes transgênicos fogem desse símbolo como o diabo foge da cruz. Regulamentada em março de 2004, nove meses após a autorização do primeiro plantio comercial de soja transgênica no Brasil, a rotulagem ainda é uma meia-realidade no país.

Se, por um lado, produtos com maior visibilidade, como os óleos de soja ou os biscoitos à base de milho processado das marcas líderes, já são rotulados há algum tempo, outros produtos contendo transgênicos circulam pelo território nacional sem que haja qualquer identificação ou controle suficiente por parte dos órgãos de fiscalização. Ao mesmo tempo, as empresas se valem de parlamentares ligados ao agronegócio para tentar aprovar no Congresso Nacional leis com o intuito de reverter a obrigatoriedade de rotulagem ou, ao menos, suavizá-la.

A primeira menção à rotulagem de produtos transgênicos no Brasil foi feita no Decreto Presidencial 4.680, que se seguiu à Medida Provisória 113, editada em abril de 2003 pelo governo federal para regularizar a situação dos agricultores gaúchos que haviam plantado ilegalmente naquela safra a soja RR, desenvolvida pela transnacional Monsanto. Ao editar a MP, o governo exigiu que todos os produtos obtidos a partir da soja modificada fossem identificados como tais, desde que detectada uma presença de componentes transgênicos superior a 1% do volume total do alimento vendido, seja para consumo humano ou animal. Três dias após a publicação da MP, no entanto, o próprio Ministério da Agricultura admitiu que o governo ainda não tinha meios para fiscalizar a rotulagem. Esta só viria a ser regulamentada em março de 2004 pelo Ministério da Justiça, que publicou portaria criando o célebre símbolo triangular com a letra “T” em seu interior.

As primeiras fiscalizações, efetuadas pela Secretaria Nacional do Consumidor, ligada ao Ministério da Justiça, só vieram a ocorrer de fato em outubro de 2004, por meio de testes realizados em amostras de 294 produtos recolhidos em vários estados. Sintomaticamente, no entanto, jamais foram flagrados pelos fiscais casos de produtos contendo transgênicos. À evidente falta de capacidade de fiscalização do governo, aliava-se a pouca vontade das grandes empresas dos setor de alimentos em aderir à rotulagem: “A indústria não quer unir sua marca a um alerta, como se seu produto fosse uma coisa perigosa. O tal símbolo incomoda: não é informação, é um alerta. Incomoda também a tolerância de apenas 1%. Gostaríamos que fosse 4%”, disse, à época, o diretor jurídico da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), Paulo Nicolellis.

A resistência das empresas do setor alimentício foi além da retórica, e a maioria simplesmente ignorou a determinação. Isso começou a mudar em 2005, depois que as organizações Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) e Greenpeace denunciaram que as transnacionais Bunge (Holanda) e Cargill (EUA) utilizavam transgênicos na produção de suas marcas de óleo de soja Soya e Liza, líderes no mercado brasileiro, sem que estas fossem rotuladas. As denúncias, comprovadas pelas investigações do Ministério Público Federal, fez que a Justiça Federal obrigasse as duas empresas a rotular seus produtos com o símbolo dos transgênicos, o que começou a ser feito em 2008.
Óleo de soja da Cargill, uma das empresas obrigadas a rotular o produto com o símbolo dos transgênicos (Foto: Stefano Wrobleski)
Óleo de soja da Cargill, uma das empresas obrigadas a rotular o produto com o símbolo dos transgênicos (Foto: Stefano Wrobleski)

Desde 2007, no entanto, parlamentares ligados ao agronegócio, à indústria da alimentação ou ao setor de transgenia começaram a apresentar projetos de lei com o objetivo de criar uma nova legislação para a rotulagem. Naquele ano, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), então no DEM, tentou aprovar, sem sucesso, um Projeto de Decreto Legislativo para acabar com a obrigação do uso do símbolo triangular amarelo com a letra “T”, tão temido pelos ruralistas.

Obrigatoriedade

A principal iniciativa para flexibilizar a medida foi apresentada em 2008 pelo deputado federal Luís Carlos Heinze (PP-RS) e incluída desde 2011 na pauta do plenário da Câmara dos Deputados, onde aguarda votação. O PL 4.148 tem como principais objetivos: a) deixar de exigir a obrigatoriedade da informação sobre a presença de transgênicos no rótulo do produto desde que não seja possível sua detecção pelos métodos laboratoriais (regra que excluiria da rotulagem alimentos como papinhas de bebês, óleos, bolachas e margarinas); b) desobrigar a rotulagem dos alimentos com origem em animais alimentados com ração transgênica; c) excluir o símbolo com o triângulo amarelo e a letra “T’ que hoje permite a identificação do produto transgênico; d) tornar facultativa a informação no rótulo quanto à espécie doadora do gene transgênico.
Em carta de repúdio enviada ao Congresso Nacional, diversas organizações do movimento socioambientalista brasileiro afirmam que o PL 4.148/08, ao mesmo tempo, fere o Código de Defesa do Consumidor, revoga o Decreto de Rotulagem (4.680/03), contraria a Lei de Biossegurança aprovada em 2005 e descumpre os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil como signatário do Protocolo de Cartagena da ONU. No documento, os ambientalistas afirmam que a tentativa de alterar a lei “prejudica o controle adequado dos transgênicos, já que a rotulagem é medida de saúde pública relevante para permitir o monitoramento pós-introdução no mercado e pesquisas sobre os impactos na saúde” e “viola o direito dos agricultores e das empresas alimentícias que optam por produzir alimentos isentos de ingredientes transgênicos”.

Além disso, a carta assinada por organizações como Idec, Greenpeace, Articulação Nacional de Agroecologia, Campanha Brasil Livre de Transgênicos e Agrotóxicos, Terra de Direitos e Via Campesina, entre outras, afirma que um relaxamento definitivo na rotulagem dos transgênicos no país “pode impactar fortemente as exportações, na medida em que a rejeição às espécies transgênicas em vários países que importam alimentos do Brasil é grande”.

A pressão surtiu efeito, e o PL 4.148/08 adormeceu por algum tempo nas gavetas da Mesa Diretora da Câmara até que a discussão em torno dele foi retomada em dezembro de 2012, em regime de urgência: “Fizemos nova campanha para barrar esse PL, com um bom corpo de assinaturas. Enviamos e-mails diretamente para presidentes de partidos, líderes de bancada, frentes parlamentares e integrantes do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional [Consea]. A pressão deu certo, ele foi passado para 2013 e ainda não retomado, embora ainda esteja em regime de urgência. A qualquer momento, pode ser votado”, diz João Paulo Amaral, pesquisador do Idec, ressaltando que a rotulagem de transgênicos está prevista no 3º Plano Nacional de Direitos Humanos.

O limite de 1%

Em agosto de 2012, provocado por Ação Civil Pública movida pelo Idec, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região concedeu decisão favorável à rotulagem de produtos alimentícios que contivessem qualquer porcentagem de transgênicos, mesmo abaixo de 1%. A decisão confirmou ação movida em 2007 e negou recursos interpostos pela União e pela Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia): “O Idec entrou com ação considerando que essa definição de 1% não estaria garantindo a informação clara ao consumidor, que poderia estar ingerindo algo com transgênicos, embora fosse menos de 1%, e não saberia disso. A decisão do TRF quebrou com essa regra do 1%. Então, ficou valendo a rotulagem para qualquer porcentagem de transgenia”, diz Amaral.
A vitória dos movimentos de defesa dos consumidores, no entanto, não durou muito: “No final de dezembro de 2012, logo após o Natal e bem no meio dessa campanha que estamos fazendo, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a decisão tomada pelo TRF em agosto. Então, caiu a decisão e voltou a valer o 1%, conforme o decreto presidencial de 2003”, relata o pesquisador do Idec.

Curiosamente, a indicação da presença de qualquer percentual de transgênicos nas embalagens dos produtos está prevista em outro Projeto de Lei que, no entanto, merece igualmente o repúdio das organizações do movimento socioambientalista. De autoria do deputado federal Cândido Vacarezza (PT-SP), o PL 5.575, apresentado em 2009 e que aguarda a sua apreciação por uma comissão especial da Câmara, é repudiado pelos ambientalistas porque prevê também, atendendo a um anseio das empresas, o fim da existência de qualquer rótulo ou símbolo indicativo de transgênicos nas embalagens. Isso sem falar que o PL 5.575/09 traz outro item sobre a liberação do cultivo de plantas geneticamente modificadas com estruturas reprodutivas estéreis, conhecidas como sementes suicidas ou terminator.

“Manter o triângulo amarelo com o ‘T’ de transgênico é fundamental para que o consumidor tenha o direito à informação clara, como determina o artigo VI, nos incisos 2º e 3º, do Código de Defesa do Consumidor”, diz Amaral. O Idec faz outro alerta aos consumidores: “Aguardamos até hoje a realização de Estudos de Impacto Ambiental para garantir se o consumo de transgênicos é seguro, pois, teoricamente, os produtos com ingredientes transgênicos não deveriam estar no mercado se não há clareza se são seguros ou não para serem consumidos e também produzidos. Nossa preocupação é que, além da questão da rotulagem, é preciso garantir alternativas ao consumidor. Até porque senão daqui a pouco todos os produtos terão o ‘T’ e aí não teremos mais escolha. Se quisermos falar em consumo sustentável e em alimentação saudável, temos de falar em alternativas que sejam acessíveis ao consumidor”, diz.

Fiscalização

Delegada no Brasil à responsabilidade de uma série de órgãos como a Secretaria Nacional do Consumidor, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ligada ao Ministério da Saúde, os Procons e as vigilâncias sanitárias estaduais, a fiscalização da rotulagem de produtos transgênicos, ainda assim, continua sofrível no país, segundo o Idec: “Fizemos uma pesquisa no período de festas juninas para avaliar os produtos à base de milho transgênico que teriam essa informação. Descobrimos que há uma série de marcas que não está com a rotulagem de transgênicas adequada. A maior parte delas não tinha a presença do símbolo com o ‘T’ nem trazia a informação ‘contém transgênicos’ escrita por extenso abaixo do símbolo. Quase nunca estava presente também a informação sobre qual era exatamente a espécie doadora do gene adicionado àquele milho e que estava causando a transgenia daquele alimento”, diz Amaral.

O pesquisador do Idec diz que ainda falta muito para que a rotulagem de produtos que contêm ingredientes transgênicos possa ser considerada satisfatória no Brasil: “Não basta ter o símbolo com o ‘T’ na embalagem, pois é apenas uma forma de fazer o consumidor identificar com facilidade se há transgênicos e reconhecer aquele produto rapidamente. O resultado da pesquisa nas festas juninas dispara o alarme de que falta fiscalizar e cobrar para que esses produtos tenham realmente a rotulagem garantida”.

Outro tipo muito importante de fiscalização – a feita pelo próprio consumidor – também deixa a desejar no Brasil, apesar de existirem inúmeras pesquisas de opinião indicando que as pessoas querem saber se o alimento consumido contém ou não ingredientes transgênicos: “O Idec fez uma enquete para saber se a pessoa já encontrou na embalagem de alimentos à base de milho alguma indicação sobre a presença de ingredientes transgênicos. O que se evidenciou é que poucas pessoas veem o ‘T’ na embalagem e também as informações escritas sobre os ingredientes, já que 56% dos entrevistados não viu essa indicação. Mas, o mais interessante é que 40% desses respondentes falam que, sim, já viram o triângulo amarelo com o ‘T’ indicando que aquele produto contém transgênicos. Isso é rapidamente assimilado, mas só 5% leram as informações complementares”, diz Amaral.

Publicado originalmente: Repórter Brasil




segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Transgênicos e agrotóxicos: uma combinação letal

Foto: Com novas plantas geneticamente modificadas para resistir a determinados pesticidas, o crescimento do uso dos transgênicos no Brasil está ligado ao maior uso de agrotóxicos. Mas diversos estudos relacionam ambos ao crescimento da incidência de câncer.

Confira a sexta reportagem do especial #TransgênicosNoBrasil: http://reporterbrasil.org.br/2013/11/transgenicos-e-agrotoxicos-uma-combinacao-letal/


A expansão dos cultivos transgênicos contribuiu decisivamente para que o Brasil se tornasse, desde 2008, o maior consumidor mundial de agrotóxicos, responsável por cerca de 20% do mercado global do setor. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão vinculado ao Ministério da Saúde e responsável pela liberação do uso comercial de agrotóxicos, na safra 2010/2011 o consumo somado de herbicidas, inseticidas e fungicidas, entre outros, atingiu 936 mil toneladas e movimentou 8,5 bilhões de dólares no país. Nos últimos dez anos, revela a Anvisa, o mercado brasileiro de agrotóxicos cresceu 190%, ritmo muito mais acentuado do que o registrado pelo mercado mundial (93%) no mesmo período.

Não à toa, as lavouras de soja, milho e algodão, principais apostas das grandes empresas de transgenia, lideram o consumo de agrotóxicos no Brasil. Ao lado da cana-de-açúcar, essas três culturas representam, segundo a Anvisa, cerca de 80% das vendas do setor. A soja, com 40% do volume total de venenos agrícolas consumidos no país, mais uma vez reina absoluta, seguida pelo milho (15%) e pelo algodão (10%). De acordo com a Campanha por um Brasil Livre de Transgênicos e Agrotóxicos, somente Brasil e Argentina jogam em suas lavouras transgênicas cerca de 500 mil toneladas de agrotóxicos à base de glifosato a cada ano.

Segundo a Anvisa, 130 empresas atuam hoje no setor de agrotóxicos no Brasil, sendo que 96 estão instaladas no país. Somente as dez maiores empresas do setor, no entanto, foram responsáveis por 75% das vendas de agrotóxicos na última safra, dividindo entre si o mercado brasileiro de acordo com as categorias de produto. Os herbicidas representam 45% do total de agrotóxicos comercializados no país, seguidos por fungicidas (14%), inseticidas (12%) e outras categorias (29%). Quando comparadas as vendas por ingredientes ativos, o glifosato lidera com 29% do mercado brasileiro de venenos agrícolas, seguido pelo óleo mineral (7%), pela atrazina (5%) e pelo novo agrotóxico 2,4D (5%).

“Entre os principais riscos trazidos pelos transgênicos está o aumento do uso de agrotóxicos”, diz Paulo Brack, professor do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS): “Temos, nos últimos dez anos, um aumento de mais de 130% do uso de herbicidas e de 70% do uso de agrotóxicos, enquanto a expansão da área plantada foi bem menor do que isso. A gente já previa há uns anos que os transgênicos iriam alavancar as vendas de agrotóxicos, e é exatamente isso o que está acontecendo”, diz.




Brack alerta que a situação tende a piorar nos próximos meses: “Entre o fim de setembro e o início de outubro, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) se debruçará sobre três eventos transgênicos de soja e milho adaptados ao uso do 2,4D, que é um dos componentes do agente laranja”, diz, antes de fazer uma comparação: “Sabemos que o glifosato é tóxico, mas ele é considerado pela Anvisa como sendo de toxicidade baixa. Agora, em relação ao 2,4D, a própria Anvisa reconhece se tratar de um produto altamente tóxico. Isso é um retrocesso violento”.

Segundo o professor da UFRGS, a comunidade científica engajada contra a proliferação indiscriminada de transgênicos e agrotóxicos e as organizações do movimento socioambientalista farão uma grande campanha para que os eventos transgênicos ligados ao veneno 2,4D não sejam aprovados pela CTNBio em outubro: “O uso de transgênicos e agrotóxicos vai aumentar ainda mais. A sociedade tem de se levantar contra isso, pois a nossa saúde está em risco”, diz Brack.

domingo, 17 de novembro de 2013

Pouca transparência marca estudos sobre riscos dos transgênicos


Falta transparência: a quinta reportagem do especial #TransgênicosNoBrasil mostra que as ameaças à saúde humana, meio ambiente e diversidade alimentar ainda são objetos de divergência entre cientistas, empresas, governos nacionais e organizações multilaterais

Foto: Falta transparência: a quinta reportagem do especial #TransgênicosNoBrasil mostra que as ameaças à saúde humana, meio ambiente e diversidade alimentar ainda são objetos de divergência entre cientistas, empresas, governos nacionais e organizações multilaterais

http://reporterbrasil.org.br/2013/11/pouca-transparencia-marca-estudos-sobre-riscos-dos-transgenicos/Foco de toda a polêmica que contrapõe defensores e adversários dos transgênicos desde o início de sua comercialização mundial há 17 anos, os potenciais riscos trazidos pelos alimentos geneticamente modificados à saúde humana, ao meio ambiente e à diversidade alimentar permanecem insatisfatoriamente esclarecidos e ainda são objetos de divergência entre cientistas, empresas do setor de biotecnologia, governos nacionais e organizações multilaterais. Quando se fala em transgênicos, em que pese a maciça propaganda favorável patrocinada pelas empresas detentoras da tecnologia, ainda são muitas as vozes que evocam o Princípio da Precaução (um dos pilares do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança, firmado no âmbito da ONU) e alertam sobre o perigo de ameaças como o aumento da incidência de doenças, as contaminações de cultivos convencionais e de áreas de proteção ambiental, a expansão do uso de agrotóxicos e o controle monopolizado de sementes e técnicas de produção.

No que diz respeito à saúde humana, entidades multilaterais de peso como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) afirmam não haver comprovação de que os produtos transgênicos comercializados até hoje façam mal. Entretanto, organizações representativas da sociedade civil que atuam contra a disseminação dos cultivos geneticamente modificados criticam o pouco rigor dos testes de biossegurança – muitos, patrocinados pelas próprias empresas que atuam no setor de transgenia – realizados na maioria dos países e se apoiam em estudos independentes publicados recentemente para afirmar que uma alimentação à base de transgênicos pode favorecer o aparecimento de tumores e outras anomalias.

Prazos de pesquisa curtos

A pouca transparência e os métodos utilizados nos testes de biossegurança são criticados pelo movimento socioambientalista: “A questão dos riscos está ficando mais evidente, pois alguns cientistas independentes resolveram enfrentar as leis que protegem as empresas de transgenia de qualquer exame de seus produtos sem sua autorização. Esses pesquisadores adotaram procedimentos cientificamente rigorosos para avaliar os riscos para a saúde, mas, sobretudo, passaram a avaliar os possíveis impactos por prazos mais longos do que aqueles usados nos testes de segurança das empresas. Nestes últimos, os prazos nunca foram superiores a três meses e, frequentemente, são ainda mais curtos.

Curiosamente, todos os problemas (tumores, deformações de órgãos etc.) começam a aparecer a partir do quarto mês de testes”, diz Jean Marc von der Weid, dirigente da Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA), organização fundadora da Campanha por um Brasil Livre de Transgênicos e Agrotóxicos.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Grupo de seis empresas controla mercado global de transgênicos



Quais são e o que fazem os transgênicos liberados no Brasil?

Confira na quarta reportagem do especial #TransgênicosNoBrasil: Ação das transnacionais no país é norteada pela política do fato consumado na introdução de produtos, pressão sobre os agricultores e influência direta sobre os órgãos públicos


Basta dar uma olhada na lista de cultivos geneticamente modificados já liberados para plantio comercial em território brasileiro pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) – cinco tipos de soja, 18 de milho e 12 de algodão, além de uma de feijão – para se ter a noção exata de que o clube dos transgênicos é para pouquíssimos sócios. Com exceção da nacional Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), todos os cultivos liberados até hoje no Brasil utilizam tecnologia transgênica e defensivos agrícolas produzidos pelas seis grandes empresas transnacionais que também lideram o setor de transgenia em nível global: Monsanto (Estados Unidos), Syngenta (Suíça), Dupont (EUA), Basf (Alemanha), Bayer (Alemanha) e Dow (EUA).

O monopólio praticado pelas transnacionais no mercado agrícola brasileiro se reproduz em todo o mundo. Um relatório divulgado em março pelo Grupo ETC, organização socioambientalista internacional que atua no setor de biotecnologia e monitora o mercado de transgênicos, revela que as seis maiores empresas, apelidadas de “Gene Giants” (Gigantes da Genética), controlam atualmente 59,8% do mercado mundial de sementes comerciais e 76,1% do mercado de agroquímicos, além de serem responsáveis por 76% de todo o investimento privado no setor.
Infográfico: Transgênicos liberados no Brasil


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Na Câmara, proposta tenta liberar sementes transgênicas ‘suicidas’


Na terceira matéria do especial #TransgênicosNoBrasil, a proposta que tramita na Câmara dos Deputados com o objetivo de permitir tecnologia 'terminator' para certos casos. Ambientalistas temem que aprovação signifique a liberação total

Objetivo é permitir tecnologia terminator para certos casos, mas ambientalistas temem que aprovação signifique a liberação total. Confira série sobre transgênicos

Rio de Janeiro – Marcado pelas manifestações que em diversos pontos do país aproveitaram a celebração do Dia Mundial da Alimentação para denunciar os impactos socioambientais provocados pela expansão dos transgênicos no Brasil, o mês de outubro viu também renascer com força na Câmara dos Deputados a batalha política em torno dos organismos geneticamente modificados.

Para preocupação do movimento socioambientalista, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) voltou a analisar uma proposta, de autoria do deputado Eduardo Sciarra (PSD-PR), que altera a Lei de Biossegurança para permitir a adoção de sementes elaboradas a partir de “tecnologias de restrição de uso”, popularmente conhecidas como sementes suicidas, ou terminator, que se tornam estéreis quando da colheita, obrigando os agricultores a adquirirem-nas novamente para uma nova safra. Em sentido contrário, o deputado Ivan Valente (Psol-SP) apresentou à Mesa Diretora da casa um projeto de lei que pretende banir definitivamente os alimentos transgênicos do território brasileiro.


Elaborado por Sciarra e chancelado há dois anos com o parecer favorável dado pelo relator, o deputado Dilceu Sperafico (PP-PR), o Projeto de Lei 268/2007, segundo o texto apresentado à CCJ, “proíbe a comercialização de sementes que contenham tecnologias genéticas de restrição de uso de variedade, salvo quando se tratar de sementes de plantas biorreatoras, ou seja, organismos geneticamente modificados para produzirem proteínas ou substâncias destinadas, principalmente, ao uso terapêutico ou industrial”. O objetivo, segundo os defensores do projeto, seria liberar o uso da tecnologia terminator exclusivamente nas biorreatoras, mas os ambientalistas e até mesmo setores do governo temem que sua aprovação, na prática, signifique uma liberação total das sementes suicidas. Se isso acontecer, o Brasil será o primeiro país a desrespeitar a moratória contra a tecnologia terminator, firmada desde 2000 no âmbito do Protocolo de Cartagena, da ONU, que trata da proteção à biodiversidade em todo o planeta.


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Panelas antiaderentes podem causar esterilidade nas mulheres

Veja também: As vantagens e desvantagens de cada tipo de panelas


Um estudo na revista Human Reproduction, descobriu uma ligação direta entre os produtos químicos perflourinated (PFCs) e infertilidade.

Quais são os PFCs?

Os PFCs são usados ??na fabricação de revestimento antiaderente de panelas de teflon e roupas revestido. Eles também são usados ?? para fazer:

Pesticidas e inseticidas, incluindo produtos de cuidado do gramado

Produtos de higiene pessoal

Tapetes

Cortinas

Revestimentos para sofás

Embalagens de alimentos

Produtos de limpeza e produtos de limpeza industrial.

Os fabricantes desses produtos têm sempre insistido que são substâncias inativos, que não podem prejudicar, mas há uma crescente evidência científica para mostrar que este não é o caso.

Sangue pesquisadores testaram 1240 mulheres dinamarquesas para os níveis de perfluorooctane e perfluorooctaneoate, dois PFC comuns.

Aceitação aos transgênicos divide mercado internacional



Enquanto Europa é reticente em relação a organismos geneticamente modificados, a China abre suas portas. Confira segunda reportagem da série especial sobre transgênicos

Para ver a primeira reportagem clique AQUI

O acelerado ritmo de crescimento das áreas ocupadas com cultivos geneticamente modificados em várias partes do mundo cria no mercado a expectativa de que o número de pedidos para liberação comercial de transgênicos no Brasil aumente ainda mais nos próximos anos, já que o país tem grande capacidade produtiva e uma extensa área de plantio que ainda pode ser utilizada. Para se ter uma ideia do potencial de expansão das plantas geneticamente modificadas em um país com extensão territorial de dimensões continentais, os Estados Unidos, segundo relatório publicado este ano pelo Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações Biotecnológicas (ISAAA, na sigla em inglês), plantou um total de 69,5 milhões de hectares com transgênicos em 2012.

Segundo colocado, com 36,6 milhões de hectares plantados, o Brasil já se posiciona bem à frente dos outros principais produtores mundiais de transgênicos: Argentina (23,9 milhões de hectares), Canadá (11,6 milhões), Índia (10,8 milhões) e China (4 milhões). Atualmente, segundo o relatório do ISAAA, os transgênicos são legalmente cultivados em 28 países e já estão presentes em todos os continentes, em um total de 170,3 milhões de hectares plantados. O último país a entrar no rol dos produtores de plantas geneticamente modificadas foi Cuba, que no ano passado começou a plantar milho com tecnologia B.t.



No mercado internacional, o principal comprador de transgênicos produzidos no Brasil hoje é a China, que fica com 70% da produção brasileira de soja geneticamente modificada, segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja-MT), entidade filiada à Associação Nacional dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil): “Para se ter uma ideia da importância chinesa, a Monsanto só decidiu começar de fato o plantio com a nova semente Intacta depois que foi liberada sua importação pela China, o que é uma garantia de venda. Eles esperaram por duas safras no Brasil, mas enquanto a China não bateu o martelo não dava para usar a nova soja transgênica”, diz Nery Ribas, diretor técnico da entidade.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Legalizados há 10 anos, transgênicos vivem ‘apoteose’ no Brasil

Etiquetas: cartoon
A Repórter Brasil começa a publicar uma série de nove reportagens sobre os impactos de uma década da liberação de sementes modificadas no país. Próximos textos abordarão diversos aspectos, como os riscos denunciados por ambientalistas aos direitos do agricultor e à saúde do consumidor.

Este blog estará reproduzindo as reportagens.

Se o Brasil decidisse comemorar os dez anos, completados em junho, da primeira legalização de um plantio de sementes geneticamente modificadas no país, a confecção de pelo menos uma parte dos quitutes para a festa certamente levaria produtos obtidos a partir de alimentos transgênicos. Negociada entre o governo brasileiro e o Congresso Nacional como reconhecimento a um fato consumado – a introdução ilegal nas lavouras do Rio Grande do Sul da soja geneticamente modificada RoundUp Ready, desenvolvida pela empresa transnacional Monsanto para resistir ao herbicida glifosato – a lei 10.688/2003 foi sancionada há uma década pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desde então, os transgênicos se impuseram como uma realidade nacional e conquistaram espaço significativo no mercado, apesar do desconhecimento da maioria da população sobre seus riscos e da rejeição de diversas organizações representativas dos movimentos sociais.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Morango lidera ranking paranaense dos alimentos com mais agrotóxicos




Nota do blog: amostras consideradas regulares, porque estão com os resíduos de ingestão diária  dentro do permitidos e irregulares, estão com os resíduos acima do permitido.

A Ingestão diária aceitável - IDA - é um valor numérico, medido em mg/kg, que determina a quantidade que se pode consumir de uma substância durante todos os dias, com segurança, por toda a vida. Na prática, para os agrotóxicos, por exemplo, determina qual limite máximo de resíduo é aceitável em um alimento. Era de se esperar que este índice fosse calculado com um alto grau de rigor científico, para que em nenhum momento colocasse a vida dos consumidores em risco.

Mas Marie-Monique nos mostra justamente o contrário.

No mesmo estilo investigador de "O Mundo Segundo a Monsanto", a diretora percorre centros de pesquisa e agências reguladoras em vários países tentando descobrir como este índice é definido.

E ela não deixa dúvidas: através de estudos científicos pagos pelas empresas, e com a ajuda de diretores de agências reguladoras com ligações com a indústria, os próprios fabricantes das substâncias é que definem o nível aceitável."

Veja o filme o Veneno nosso de cada dia clicando AQUI

O Governo do Estado divulgou nesta segunda-feira (11) o relatório sobre os índices de agrotóxicos encontrados em frutas, legumes e verduras comercializadas no Paraná. De acordo com a análise de 54 amostras de alimentos, 13 apresentaram índices de resíduos de agrotóxicos em desacordo com os parâmetros da Vigilância Sanitária, o que representa 24% do total.

O relatório aponta ainda que morango foi o alimento que mais apresentou amostras insatisfatórias, com 71,4% de produtos irregulares. Ou seja, das sete amostras de morango coletadas, cinco estavam fora dos padrões aceitáveis e poderiam trazer riscos à saúde das pessoas que os consumissem.

Das amostras de morango em desacordo, somente 20% foram produzidas no Estado do Paraná. O restante foi produzido nos Estados de Minas Gerais e São Paulo. Por isso, a Secretaria Estadual da Saúde do Paraná informou as Vigilâncias Sanitárias dos respectivos Estados para que tomem as providências cabíveis. Já para os produtos de origem paranaense, a Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento está notificando os produtores rurais para a regularização da situação.

Além do morango, o pimentão, a uva e o pepino também tiveram amostras consideradas irregulares. Os dados fazem parte do relatório do Programa Estadual de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA/PR), que avaliou as condições de vegetais como alface, banana, maçã, morango, pepino, pimentão, tomate e uva. Veja aqui o relatório estadual de 2012.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Mapa diz que milho Bt favoreceu Helicoverpa armigera ao reduzir Spodoptera

O título anuncia bem mais do que depois a matéria fornece. Não se trata de uma posição institucional nem de algum relatório divulgado pelo Ministério. De qualquer forma, é um reconhecimento importante vindo do órgão que até então procurou dissociar a explosão populacional desse inseto com a presença de lavouras transgênicas na região.


Segundo o coordenador da Defesa Vegetal do Ministério da Agricultura, Wanderlei Dias Guerra, o uso em grande escala do milho BT pode ter sido um dos responsáveis pelo aumento da população da Helicoverpa armigera. Isso porque essa modificação com genes da bactéria Bacillus thuringiensis reduziu a população de uma praga conhecida como Spodoptera, que é um inimigo natural da Helicoverpa.

“São situações que encontramos no campo, e vamos tecendo algumas hipóteses, e teorias do que pode ter acontecido. Nos últimos anos tem havido uma utilização massiva de milho BT, que controla a Spodoptera. Mas não seria esse o fator principal. O importante é que isso sirva para mostrar que qualquer desequilíbrio que se faça num ecossistema pode causar explosões de determinadas pragas”, sustenta Guerra.

O representante do Mapa ressalva que a Spodoptera é “uma praga importante, que causa danos no cartucho do milho”. “Mas talvez seja um explicação para a explosão da Helicoverpa. Estive na Bahia com a Aprosoja, e aqueles agricultores enfrentaram um período grande de seca. Os insetos, as pragas de solo, se aproveitam da estiagem. Também vimos grandes áreas abandonadas, onde os produtores simplesmente deixaram de fazer qualquer aplicação porque não valia mais a pena”, completou.

Guerra aponta ainda que o “plantio direto” é outra prática que pode ter estimulado a explosão da Helicoverpa armigera. “Ela completa seu ciclo no solo. A falta de revolvimento no solo também explica um pouco esse aumento populacional”, afirma ele.


Veja também:


Portaria libera uso de benzoato de emamectina, agrotóxico até agora proibido no Brasil | Portal EcoDebate

Portaria libera uso de benzoato de emamectina, agrotóxico até agora proibido no Brasil | Portal EcoDebate: "Em menos de duas semanas, uma lei, um decreto e uma portaria foram aprovados e publicados com o intuito de acelerar o processo de liberação de agrotóxicos não permitidos no país."

'via Blog this'

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Brasil é o país que mais utiliza os agrotóxicos no mundo




Segundo o economista e ecologista Sérgio Besserman, o mundo vai precisar criar uma nova ciência que respeite a natureza e produza grande quantidade agrícola.
A reportagem também mostrou, redução de até 60% de agrotóxicos na cultivo do tomate, através de tecnologia de monitoramento climático.

Veja a reportagem que saiu no Bom Dia Rio - no link abaixo:

Brasil é o país que mais utiliza os agrotóxicos no mundo

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Transgênicos no Brasil: 10 anos de promessas não cumpridas



Texto: Ednubia Ghisi
Foto: Joka Madruga

Os diferentes sotaques e idiomas presentes no Seminário Internacional “10 anos de Transgênicos no Brasil” ressoaram a mesma avaliação: a entrada dos transgênicos na agricultura não resolveu o problema da fome no mundo e fez disparar o uso de agrotóxicos, contrariando promessas usadas como argumento para a liberação das sementes geneticamente modificadas. E mais: pouco a pouco o Brasil perde a soberania sobre a agricultura e os agricultores perdem autonomia, tornando-se reféns das transnacionais da industria agroalimentar.

Durante quatro dias, de 21 a 24 de outubro, mais de 100 pessoas estiveram reunidas em Curitiba/PR para debater os impactos sociais, ambientais, econômicos dos transgênicos. O encontro resultou em um conjunto de propostas de ações conjuntas e no fortalecimento da articulação entre as organizações, movimentos sociais e pesquisadores. Participaram do seminário organizações do Brasil, Chile, Equador, Argentina, Paraguai, Uruguai, México, Filipinas, França e Estados Unidos.

Dados apresentados ao longo do encontro indicam um aumento exponencial no uso de agrotóxicos após a liberação das sementes transgênicas. Segundo o representante da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, Asdrúbal de Carvalho Jacobina, o uso de agrotóxicos cresceu 345% na agricultura brasileira nos últimos 12 anos. O intensivo consumo de veneno no cultivo de grãos para a exportação coloca o Brasil no topo das estatísticas de consumo de agrotóxicos no mundo.

As consequências à saúde humana já são comprovadas em estudos. Andrés Carrasco, embriologista, pesquisador vinculado à Universidade de Buenos Aires, Argentina, apresentou pesquisa desenvolvida na região do Chaco argentino, território de monocultivo de soja transgênica, onde houve aumento de 400% nos casos de malformações neonatais nos últimos 10 anos. As pesquisas indicam que a causa do problema pode estar relacionada ao uso do principal herbicida utilizado nas plantações transgênicas, o glifosato/roundup.

Propostas
Cópia-de-JOKA0074
Anderson Munarini, integrante do Movimento dos Pequenos Agricultores - MPA)

Compostagem: manejo e utilização na agricultura orgânica





Veja também:







sábado, 2 de novembro de 2013

Relatório da Anvisa indica resíduo de agrotóxico acima do permitido




Nota do Blog: A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância) divulgou na última terça-feira (29/10) um relatório sobre a presença de agrotóxicos em frutas, legumes e verduras, apontando que 36% das amostras analisadas em 2011 e 29% das amostras verificadas em 2012 apresentaram resultados considerados insatisfatórios pela Agência. Segundo a análise, nestes casos, os alimentos mostravam níveis de substâncias tóxicas superiores ao limite permitido no Brasil, além de produtos químicos que nunca foram liberados para uso no País.


Importante ressaltar que esse resultado é apenas parcial - veja a nota da Anvisa:


Imprevistos laboratoriais também impossibilitaram a divulgação na íntegra dos resultados de 2012 até a presente data, sendo que se encontram divulgados neste relatório cerca de 54 % dos resultados das amostras analisadas, correspondentes a 1.665 amostras. Estão previstos para serem divulgados em fevereiro de 2014 os resultados das culturas pendentes: abobrinha, alface, tomate, feijão, milho (fubá) e uva.

Importante salientar que o alimento que não apresentou irregularidade e apresenta índice de conformidade de 100% não significa que ele esta livre de resíduos, mas sim, os resíduos estão dentro do limite de ingestão permitido ou liberado para consumo.

Esses limites permitidos de ingestão diária de agrotóxicos é seguro?

Se você quiser aprofundar nesse questão indico um importante documentário que investigou como é calculado esse limites e o rigor científico, que existe por de trás desses índices - veja no link abaixo:

O VENENO NOSSO DE CADA DIA


Segue abaixo,  o material divulgado e disponível no Portal da ANVISA


Os resultados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) mostram que ainda é preciso investir na formação dos produtores rurais e no acompanhamento do uso de agrotóxicos. O programa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avalia continuamente os níveis de resíduos de agrotóxicos nos alimentos que chegam à mesa do consumidor.

O resultado do monitoramento do último PARA (2011/2012) mostra que 36% das amostras de 2011 e 29% das amostras de 2012 apresentaram resultados insatisfatórios. Existem dois tipos de irregularidades, uma quando a amostra contém agrotóxico acima do Limite Máximo de Resíduo (LMR) permitido e outra quando a amostra apresenta resíduos de agrotóxicos não autorizados para o alimento pesquisado. Das amostras insatisfatórias, cerca de 30% se referem à agrotóxicos que estão sendo reavaliados pela Anvisa.

Segundo do diretor presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, “a Anvisa tem se esforçado para eliminar ou diminuir os riscos no consumo de alimentos, isto se aplica também aos vegetais. Por esta razão a agência monitora os índices de agrotóxicos presentes nas culturas. Nós precisamos ampliar a capacidade do SNVS de monitorar o risco tanto para o consumidor como para o produtor para preservar a saúde da população.”

O atual relatório traz o resultado de 3.293 amostras de treze alimentos monitorados, incluindo arroz, feijão, morango, pimentão, tomate, dentre outros. A escolha dos alimentos baseou-se nos dados de consumo obtidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na disponibilidade destes alimentos nos supermercados das diferentes unidades da federação e no perfil de uso de agrotóxicos nestes alimentos.

O aspecto positivo do PARA é que vem aumentado a capacidade dos órgãos locais em identificar a origem do alimento e permitir que medidas corretivas sejam adotadas. Em 2012, 36% das amostras puderam ser rastreadas até o produtor e 50% até o distribuidor do alimento.

Um dado que chama a atenção é a presença de pelo menos dois agrotóxicos que nunca foram registrados no Brasil: o azaconazol e o tebufempirade. Isto sugere que os produtos podem ter entrado no Brasil por contrabando.

O programa

A Anvisa coordena o PARA em conjunto com as vigilâncias sanitárias dos estados e municípios participantes, que realizam os procedimentos de coleta dos alimentos nos supermercados e de envio aos laboratórios para análise. Assim, é possível verificar se os produtos comercializados estão de acordo com o estabelecido pela Agência.

Este trabalho realizado pela Anvisa é de extrema importância porque os brasileiros estão acrescentando mais alimentos saudáveis à sua rotina alimentar. Em busca de uma melhor qualidade de vida e da prevenção de doenças, os consumidores estão mais conscientes da importância de uma alimentação mais equilibrada, com qualidade e segurança, e que traga benefícios para a saúde. Frutas, verduras, legumes e hortaliças contêm vitaminas, fibras e outros nutrientes e devem ser ingeridos com frequência, pois auxiliam nas defesas naturais do corpo. Porém, é importante que se conheça a procedência desses alimentos.

Diversos agrotóxicos aplicados nos alimentos agrícolas e no solo têm a capacidade de penetrar no interior de folhas e polpas, de modo que os procedimentos de lavagem dos alimentos em água corrente e a retirada de cascas e folhas externas dos mesmos contribuem para a redução dos resíduos de agrotóxicos, ainda que sejam incapazes de eliminar aqueles contidos em suas partes internas.

Soluções de hipoclorito de sódio (água sanitária ou solução de Milton) devem ser usadas para a higienização dos alimentos na proporção de uma colher de sopa para um litro de água, com o objetivo apenas de matar agentes microbiológicos que possam estar presentes nos alimentos, e não de remover ou eliminar os resíduos de agrotóxicos.










VEJA TAMBÉM NO LINK ABAIXO O RELATÓRIO DE 2012:

NOVO RELATÓRIO DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA SOBRE O PROGRAMA DE ANÁLISE DE RESÍDUOS NOS ALIMENTOS - 2012




VEJA ABAIXO O RELATÓRIO REFERENTE AO ANO DE 2011;