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segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Agrotóxicos: debates espinhoso , mas necessário

Pessoal, para quem quiser saber um pouco, sobre a utilização de agrotóxicos no estado do Paraná, o blogue esta reproduzindo uma reportagem da Folha Rural!






Se existe um assunto espinhoso no agronegócio mundial, sem dúvida, é referente à utilização de agrotóxicos ao longo das últimas décadas. Informações desencontradas e discursos tendenciosos muitas vezes acabam deixando a população que consome o que é produzido no campo com muitos questionamentos, em um nebuloso fogo cruzado.



De um lado, a evidente importância dos defensivos para a evolução em produtividade ao longo dos anos, moléculas cada vez mais seguras, de alta tecnologia e produtores cientes da sua utilização de forma responsável. Do outro, evidências claras de quem muitos ainda utilizam esses produtos indiscriminadamente, de forma calendarizada, em aplicações exageradas sem respaldo técnico e que acabam gerando resíduos perigosos para os consumidores e riscos aos próprios agricultores.

Recentemente, muitas publicações oficiais e também estudos em universidades estão sendo publicados para debater o assunto. Opiniões que muitas vezes divergem - mas também se complementam - e que acabam trazendo um panorama do cenário nacional e também paranaense. A reportagem da FOLHA Rural traz nesta edição os dois lados desta moeda.

DADOS

De acordo com a publicação "Indicadores de Desenvolvimento Sustentável por Bacias Hidrográficas do estado do Paraná", divulgada pelo Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), com dados da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná), quantidade média de agrotóxico consumida no Estado em 2015 foi de 8,25 kg/ha/ano. Em valor absoluto, a quantidade de agrotóxico consumida nas lavouras foi de 102,6 mil toneladas, aumento de 6,8% referente às 96 mil toneladas de 2011.

Outra dado importante do documento é que os agrotóxicos das categorias de periculosidade extremamente e altamente tóxico foram os mais aplicados no Estado, representando 38% e 31,37% do total dos defensivos aplicados, sendo que a taxa de consumo da categoria extremamente tóxico saltou de 25,47% para 31,37%. "Em 17 bacias hidrográficas ocorreu um aumento no uso dos agrotóxicos da categoria extremamente tóxico. A quantificação e classificação do uso dos agrotóxicos de acordo com a periculosidade ambiental identificam as regiões sujeitas à maior carga poluidora e, portanto, submetidas a um maior risco de contaminação", aponta.

No que diz respeito às classes de uso, os herbicidas – aplicados nos controles de ervas daninhas – correspondem a 55% do total utilizado nas lavouras paranaenses, seguido por inseticidas (21%) e fungicidas (16%). As regiões onde as culturas de soja e milho ocupam as maiores áreas correspondem às bacias de maior consumo de agrotóxico. O estudo ressalta ainda "hortaliças são responsáveis por 20% da comercialização de ingrediente ativo de fungicida, e que essas culturas empregam mais agrotóxicos por hectare do que o utilizado na soja. E complementa: "um terço dos alimentos consumidos cotidianamente pelos brasileiros está contaminado pelos agrotóxicos, segundo análise de amostras coletadas em todas as unidades federativas do Brasil, realizada pelo PARA (Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, 2013) da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). As principais produtoras de hortaliças são as bacias do Alto Iguaçu, Alto Ivaí, e Alto e Baixo Tibagi".

Por fim, fica o alerta do Ipardes que "a redução no uso de agrotóxicos, bem como da toxidade dos produtos usados na agricultura, persiste como um dos maiores desafios para a atividade agrícola no Paraná, que tem como meta o desenvolvimento sustentável e a saúde do trabalhador rural e da população".

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